
A maior queda das ações da Petrobras em cinco anos levou o principal índice da bolsa paulista a iniciar dezembro com baixa de mais de 2%, diante da frustração do mercado com a falta de clareza sobre a nova metodologia de reajuste de preços de combustíveis.
O Ibovespa caiu 2,36 %, maior queda percentual desde 30 de setembro, a 51.244 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,5 bilhões.
As ações preferenciais da Petrobras caíram 9,21%, a R$ 17,36, e as ordinárias recuaram 10,37%, a R$ 16,42. Desde novembro de 2008 os papéis da estatal não tinham queda tão acentuada.
Na sexta-feira (29), a Petrobras anunciou elevação média do preço da gasolina nas refinarias no país em 4% e do diesel em 8%, em um momento em que sofre com um caixa apertado e alto endividamento.
No entanto, a empresa disse que, "por razões comerciais", os parâmetros da metodologia de precificação serão mantidos em sigilo.
Investidores esperavam que a divulgação de uma metodologia de reajuste de preços fosse ajudar a aumentar a previsibilidade sobre a geração de caixa da companhia, afetada pela defasagem de preços entre o mercado nacional e o internacional.
Segundo analistas do banco de investimento Itaú BBA, ninguém sabe exatamente quais são os indicadores ou quais são os gatilhos ou períodos para as revisões, deixando espaço para potenciais manobras nos preços.
O banco Credit Suisse rebaixou, no domingo (1°), a recomendação para as ações da empresa para "underperform" (abaixo da média do mercado).
O mau humor causado pela petroleira acabou contagiando o mercado como um todo, com ações de construção, bancos, do setor elétrico e da mineradora Vale recuando.
De acordo com o analista Felipe Rocha, da Omar Camargo Corretora, com a notícia, a credibilidade do governo sobre a questão da Petrobras se deteriora mais uma vez, o que se junta a preocupações sobre as contas públicas.
? Tudo isso ajuda a piorar a percepção de risco de investidores em relação ao País.
Somente 10 dos 72 ativos que compõem o Ibovespa se sustentaram no azul, entre eles a ação da Klabin, que subiu 2%.
Nesta sessão, a BM&FBovespa divulgou a primeira prévia da próxima carteira teórica do Ibovespa, que vai vigorar de janeiro a abril de 2014.