A presidente Dilma fixou prazo para que os integrantes do primeiro escalão do governo que pretendam se candidatar nas próximas eleições deixem seus cargos na equipe ministerial: meados de dezembro. O anúncio foi feito por Dilma a um grupo de quinze ministros reunidos no Palácio da Alvorada no último sábado, feriado de Finados e deixa pouco mais de um mês para o desembarque da Esplanada de diversos integrantes do ministério, inclusive petistas.
Desincompatibilização – A iniciativa da presidente funcionou como uma ducha de água fria sobre os planos dos pré-candidatos, que veem no cargo de ministro a vitrine perfeita para obter visibilidade e dividendos políticos, inclusive na formação de alianças regionais.
Pela legislação eleitoral, integrantes do Executivo devem se desincompatibilizar de seus cargos com no mínimo seis meses de antecedência, caso desejem disputar postos também no Executivo. Assim, a permanência nos cargos estaria protegida por lei até abril de 2014.
A presidente não deixou claro se ministros que pretendem disputar cargos no Legislativo Federal também precisam deixar o governo em dezembro, mas subentende-se que sim. Entre eles, estão: Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, e Maria do Rosário, dos Direitos Humanos – que devem tentar renovar mandato na Câmara Federal.
Aparentemente a determinação da presidente está orientada pela prudência. Dilma, que disputará a reeleição, pretende evitar constrangimentos jurídicos, ou mesmo embaraços regionais, motivados pela presença de pré-candidatos no governo. A atitude denota também autonomia diante da cúpula do PT, que preferiria manter Padilha no ministério até a data limite.
A expectativa é que a iniciativa da presidente Dilma seja seguida por governadores do PT, que devem substituir o quanto antes secretários de governo que pretendam disputar eleições.