
A criação de um banco para financiar projetos para o desenvolvimento dos países da América do Sul e a redução de tarifas em transações comerciais entre as nações foram alguns dos temas tratados ontem em Caracas, na Venezuela, durante a reunião de cúpula do Mercado Comum do Sul, o Mercosul.
O Mercosul é um bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Venezuela e Uruguai.
O encontro reuniu pela primeira vez na história do bloco os líderes dos cinco países membros, além do presidente da Bolívia, associada ao bloco e já em processo de adesão.Durante a 46ª reunião de cúpula do grupo, os líderes sulamericanos disseram que o processo para ativação do Banco do Sul deve ser acelerado, e relacionaram o fato com a criação recente do Banco do BRICs, grupo formado pelos emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O Banco do Sul seria usado para financiar projetos e obras para o desenvolvimento dos países sulamericanos. A presidenta Dilma Rousseff comentou a aproximação do Mercosul com a União Europeia, discutida em Brasília neste mês: "O nosso bloco já concluiu oferta compatível com os compromissos assumidos nas negociações de 2010. Esperamos agora que o lado europeu consolide a sua oferta. Essa negociação só poderá prosperar com um intercâmbio simultâneo de ofertas e um equilíbrio entre o que demandamos, o que demandam eles, o que oferecemos e o que oferecem eles". Dilma Rousseff confirmou a proposta do Brasil para acelerar o aumento do número de países do continente sem barreiras tarifárias em transações comerciais, a chamada “tarifa zero”. A presidenta comentou ainda sobre a importância da integração regional entre os países LatinoAmericanos e do Caribe. "O Brasil aposta e todos os demais parceiros do Mercosul apostamos na ampliação das trocas econômicas e comerciais, e aí é muito importante a economia boliviana e as demais economias dos países da América do Sul. Devemos buscar a implementação da desgravação tarifária, o que vai permitir que nós criemos uma zona de livre comércio sulamericano. Em seu discurso, a presidenta reafirmou o apoio dado internacionalmente à Argentina pelo processo de reestruturação da dívida do país vizinho para a estabilidade financeira. Os chefes de estado também trataram do conflito na Faixa de Gaza e comunicaram o sentimento de solidariedade ao povo palestino, e fizeram um pedido de cessarfogo imediato na região.
A voz do Brasil 29/07