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Fortalecer atenção primária para reduzir casos de urgência
Saúde

“Uma doença simples quase tirou a minha vida”. Há dez meses, o empresário Antônio Clarete descobriu que estava com apendicite, um problema de saúde considerado pela medicina como de fácil tratamento. Como não tinha o hábito de fazer consultas e exames de rotina, a doença foi identificada já na fase aguda, o que provocou o rompimento do apêndice. Ficou 23 dias na UTI do Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo) e teve que usar bolsa de colostomia devido ao problema. O caso de Antônio é um exemplo da importância da assistência à atenção primária para evitar que problemas de saúde de baixa complexidade se agravem e levem pacientes aos hospitais de urgência.

Um levantamento do Ministério da Saúde indica que 85% dos problemas de saúde da população do País poderiam ser resolvidos já na atenção primária. A prevenção ou tratamento, logo no início da doença, podem evitar complicações que causam mais transtornos para os pacientes e gastos para o governo. Por isso, a importância de se intensificar a qualificação da Rede Básica de Saúde. Com a correta atuação da atenção primária, há melhorias dos indicadores de saúde, como o de mortalidade infantil, além da diminuição de internações.

Foto: Secretaria da Saúde

Foto: Secretaria da Saúde

Ações efetivas
Pensando em organizar e sistematizar a assistência da atenção primária, está em execução o programa Mais Saúde para Goiás, que propõe ações efetivas para melhorar a vida dos moradores. Segundo o secretário Leonardo Vilela, a atenção primária é um elemento importante para melhorar os indicadores da área. “É prioritária, já que faz uma abordagem holística do indivíduo, abrangendo a promoção, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde”, lembra. Ele argumenta que fortalecer esse serviço é o caminho correto para melhorar a qualidade de vida das pessoas, “já que fazendo com que a saúde pública chegue antes do agravo, prevenimos o risco”.

Essa assistência é a mais adequada porque se organiza a partir das necessidades de saúde da população. Além disto, apresenta menores custos e reduz procedimentos mais caros, como cirurgias e exames de alta complexidades. O volume de recursos orçamentários em favor do programa Atenção Básica em Saúde atinge cerca de R$ 10 bilhões. Além das unidades básicas de saúde, a assistência primária se desenvolve também nos programas de saúde, como Estratégia Saúde da Família, Brasil Sorridente (Política Nacional de Saúde Bucal); Melhor em Casa (Serviço de Atenção Domiciliar); Política Nacional de Alimentação e Nutrição, entre outras.

Halim Girade, superintendente executivo da SES e um dos idealizadores do Programa Saúde da Família, exemplifica: “Uma pessoa com problema cardíaco, por exemplo, precisa ter um acompanhamento ideal da doença para que não venha a ser atendida já em estado grave. Essas complicações poderiam ser evitadas com o correto acompanhamento desse paciente lá na assistência básica, que é a porta de entrada para assistência em Saúde”, diz.

Ao ser perguntado se tem arrependimento de não ter feito a prevenção e consultas de rotina, Antônio Clarete – personagem do início da reportagem – foi claro: “Foi o pior arrependimento da minha vida. Hoje se eu tiver dor de cabeça eu vou procurar um médico”, ressalta ao comentar que a consequência de prevenir agravos à saúde são melhorias nas condições de vida.

Estratégia Saúde da Família
A Estratégia Saúde da Família (ESF), lançado em 1994, representa ação de mais longo alcance para organização da Atenção Primária no Brasil. Alterou o modelo assistencial, alterando o paradigma voltado às doenças, baseado no hospital, para o de promoção da saúde, prevenção de doenças e cuidado às doenças crônicas. “É a principal porta para a entrada dos usuários do SUS”, frisa Halim Girade.

As últimas estimativas do Ministério da Saúde dão conta de que o percentual de cobertura das Equipes de Saúde da Família (ESF) ultrapassou os 62% de cobertura de toda a população. Conforme dados do Departamento de Atenção Básica 2010 o percentual estimado para a cobertura por equipes de Saúde da Família foi de 52,25%. Em Goiás, 188 municípios têm mais de 90% da população coberta com as equipes da Saúde da Família. Cada equipe do programa deve ser responsável por, no máximo, quatro mil pessoas, sendo a média recomendada de três mil pessoas, respeitando critérios da equidade para essa definição. A ESF possui suporte de equipes de Saúde Bucal e de Assistência Farmacêutica.

É importante citar, ainda, que pesquisas recentes trouxeram evidências empíricas da efetividade dos programas de atenção primária na redução das hospitalizações por condições sensíveis em âmbito nacional. Para a população feminina, o Programa Saúde da Família mostrou-se associado a reduções nas hospitalizações por diabetes mellitus e por problemas respiratórios, enquanto a expansão no número de agentes comunitários de saúde mostrou-se relacionada às reduções nas internações por problemas circulatórios.

- Goiás Agora