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Mais de 12 mil mulheres morrem por ano em decorrência do Câncer de Mama.
Saúde

O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil. O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam para até o fim deste ano a incidência de 576 mil novos casos da doença em todo o País, sendo cerca de 1,5 mil apenas em Goiás. O médico patologista e técnico da Área do Câncer do Colo do Útero e da Mama da Gerência da Saúde da Mulher da Secretaria da Saúde, Cláudio Gonzaga Amorim, ressalta a importância da campanha Outubro Rosa realizada no mundo inteiro, que alerta sobre a importância da prevenção ao mal. Em Goiás, a fachada de prédios públicos e particulares que aderiram ao movimento ficou iluminada com a cor rosa. Segundo o especialista, muitas mulheres deixam de fazer a mamografia que possibilita o diagnóstico e acabam descobrindo o câncer em estágio avançado, contribuindo para o elevado índice de mortes – mais de 12 mil mulheres por ano. Outra dificuldade é o acesso aos mamógrafos, que estão concentrados na Região Metropolitana de Goiânia. Para contornar este problema, a SES estuda a distribuição desses equipamentos e irá, a partir de 2015, percorrer regiões afastadas do Estado de Goiás com uma unidade móvel.

Qual a importância da campanha Outubro Rosa para a prevenção ao câncer de mama?

Cláudio Amorim – O Outubro Rosa é um alerta para as mulheres cuidarem da sua saúde. É um movimento que acontece no mundo inteiro e temos a preocupação de chamar a atenção das mulheres para a prevenção ao câncer de mama, que é o que mais mata as mulheres em todo o mundo. Infelizmente, as mulheres ainda não têm essa consciência e vão deixando o tempo passar. Demora um tempo para aparecer algum tipo de sintoma e sem sintoma elas não se preocupam. Às vezes quando o sintoma aparece, a gravidade do câncer é maior e nem sempre conseguimos ter um tratamento efetivo. Por isso, a mortalidade é tão alta.

A mamografia deve ser feita a partir de que idade e com qual frequência?

Cláudio Amorim – O Ministério da Saúde preconiza que a mamografia seja feita preferencialmente em mulheres entre 50 e 69 anos. Essa faixa etária foi escolhida em função de estudos científicos. Antes dos 50 anos, a mulher tem uma mama mais densa que prejudica a realização do exame. E nessa faixa ocorre o maior pico de incidência do câncer. Isso para se fazer a mamografia de rastreamento, indicada quando a paciente não tem sintoma e vai fazer o exame para saber se tem algum tipo de lesão. A mamografia de diagnóstico pode ser feita em qualquer idade. Por exemplo, a mulher fazendo um auto-exame detecta um nódulo e vai ao mastologista ou outro médico, que pede uma mamografia. Mas a faixa etária eleita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) dentro das políticas públicas de saúde é de 50 a 69 anos. As mulheres devem fazer a mamografia anualmente.

O número de mamógrafos existentes no Estado de Goiás é suficiente para atender a população de mulheres?

Cláudio Amorim – É uma situação curiosa. Em Goiás, temos pouco mais de 150 mamógrafos em funcionamento, tanto da rede SUS como em clínicas conveniadas e particulares. Esse quantitativo é além do preconizado pelo Ministério da Saúde. Mas infelizmente esses mamógrafos têm alta concentração na capital, Região Metropolitana de Goiânia e nas cidades maiores. Portanto, em determinadas regiões o acesso é difícil. A SES está fazendo um estudo da distribuição desses mamógrafos para democratizar o acesso e no ano que vem o Estado vai contar com uma unidade móvel para fazer mamografias nos locais onde detectarmos baixa cobertura, como, por exemplo, nas áreas de assentamento rural, onde o acesso é difícil. Na região de Cavalcante, dos kalungas, às vezes um município mais distante que apresente essa dificuldade. Será mais uma ferramenta na prevenção ao câncer de mama que deve entrar em funcionamento no começo do ano que vem. Já temos uma unidade móvel circulando em Goiás, que é do Sesc, que tem percorrido alguns municípios há cerca de um ano.

O que as mulheres devem fazer para se prevenir?

Cláudio Amorim – O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima uma incidência de cerca de 1,5 mil novos casos de câncer de mama em Goiás neste ano. É um número muito alto e ficamos tristes com essa realidade. As mulheres precisam se cuidar, o auto-exame das mamas é muito simples e pode ser feito em casa. Na frente do espelho ela verifica se a mama tem alguma deformidade ou ferida, se está saindo alguma secreção do mamilo ao apalpar os seios com as pontas dos dedos. Com esse toque é possível detectar nódulos. Com essa medida simples que toda mulher poderia fazer de dez em dez dias e com a mamografia realizada regularmente, a detecção precoce aumentaria muito e reduziria o percentual de mortes.

- Goiás Agora