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População é o principal pilar para combater o Aedes aegypti
Endemias

Para eliminar os criadouros e evitar a reprodução e proliferação do Aedes aegypti, colocando um ponto final nessa epidemia de dengue que cresce dia a dia no Brasil, é necessário que governos federal, estaduais e municipais, e mais notadamente a população, se unam e tomem medidas de fundamental importância para a redução e, quem sabe, a erradicação desta doença que vem matando pessoas em nosso País, notadamente em São Paulo e em Goiás.

Alguns detalhes, ressalta o coordenador Vigilância e Controle Ambiental de Vetores da Secretaria de Estado da Saúde, Marcello Rosa, mostram que a participação efetiva da população é o principal pilar do controle da doença. Segundo ele, nos levantamentos de índice de infestação do mosquito da dengue feitos em Goiás e também em outros Estados, mais de 80% dos criadouros são domiciliares.

id="attachment_253091" class="wp-caption alignleft" style="text-align: justify;">18.05.2015 Pnues dispostos incorretamente

Pneus dispostos ao ar livre constituem sempre um dos maiores perigos para a proliferação do mosquito. Foto: SES GO.

Somente no último levantamento de índice rápido para Aedes aegypti feito nos meses de março e abril deste ano, os criadouros predominantes foram o lixo – 48%; reservatórios de água ao nível do solo (tambores, baldes, tonéis) 17%; e vasos de plantas e bebedouros de animais, 14%. “Logo – ressalta Marcello – o problema está lá dentro dos domicílios e este cenário precisa mudar”.

Questionado sobre a transmissão da dengue de uma pessoa picada pelo mosquito para outra pessoa próxima, como familiares ou colegas de trabalho, Marcello Rosa explica que a dengue não é uma doença contagiosa que possa ser transmitida de pessoa para pessoa. É uma doença transmitida por um vetor, no caso o mosquito Aedes aegypti. Portanto, explica, ela ocorre: pessoa doente – mosquito – pessoa saudável. “Para evitar que pessoas próximas de alguém com dengue adoeçam, basta eliminar todos os vetores do ambiente”.

Repelentes
Para ajudar a população a combater o mosquito da dengue, a Organização Mundial da Saúde indica como opções produtos que contenham princípios ativos como a Icaridina e o N.N-dietil-metatoluamida, que podem ser usados em crianças a partir de dois anos de idade, e o IR 3535, permitido pela Anvisa para crianças acima de seis meses de idade. Além desses produtos, há ainda aqueles de bases naturais, como óleos de citronela, que repelem insetos, mas que, por serem voláteis, têm pouca duração, explica o coordenador de Controle Ambiental de Vetores da SES.

A maioria dos inseticidas vendidos no comércio, sobretudo os do tipo spray, são a base de piretróides ( compostos químicos sintéticos, que têm origem na piretrina, um éter do ácido crisantêmico produzido pelas plantas do gênero Chrysanthemum.

Esses produtos, explica Marcello Rosa, foram por vários anos utilizados tanto pela população quanto pela saúde pública e, pelo longo tempo de exposição, o Aedes aegypti apresenta resistência aos piretróides. Portanto, desde 2009 o Ministério da Saúde não recomenda o uso desses produtos nas ações de saúde pública para Goiânia e Região Metropolitana.

Segundo o coordenador, “os produtos inseticidas comumente vendidos podem não ser tão eficientes como se deseja e, portanto, não há como o poder público recomendar algum especificamente. O que se sabe é que esses produtos são autorizados para venda comum, desde que tenham registro no Ministério da Saúde e o seu uso esteja descrito na embalagem de cada um”.

Plantas

id="attachment_253097" class="wp-caption alignright" style="text-align: justify;">18.05.2015 palestra sobre prevenção à dengue

Marcello Rosa durante palestra sobre prevenção à doença: “Não pode haver água parada”. Foto: SES GO.

Várias plantas existentes em quintais e jardins domiciliares podem ajudar a afastar o mosquito da dengue. Porém, ainda existem poucas informações sobre o verdadeiro impacto que elas causam. Marcello Rosa explica que a citronela tem o poder natural de repelir insetos de uma forma geral e que, portanto, pode auxiliar no combate ao mosquito.

Segundo ele, a crotalária já funciona diferente: Ela atrai libélulas que são predadores e podem se alimentar do Aedes aegypti. Entretanto, explica Marcello, a libélula tem hábitos alimentares inespecíficos e preferências por ambientes silvestres. Já o Aedes possui hábitos urbanos, o que torna esse processo de difícil previsão quanto à sua eficiência. “Mas para quem tiver interesse em ter, não há contraindicação”, ressalta o coordenador.

Telas impregnadas
As telas impregnadas com repelentes específico para o Aedes aegypti que estão sendo colocadas em residências próximas às áreas de risco pela Organização Pan-americana de Saúde e Ministério da Saúde ainda estão em fase de estudo técnico. Essa medida teve resultado positivo no México, mas para o Brasil ainda não há nenhuma informação concluída.

A coordenação de Vigilância e Controle Ambiental de Vetores da SES ressalta que a colocação de telas de proteção comuns, aquelas que não são impregnadas, é válida do ponto de vista individual para minimizar o convívio entre vetores de doenças e o ser humano.

Portanto, essa proteção através de barreiras físicas com os vetores alados é interessante, mas não deve ser considerada a solução do problema, visto que uma tela (impregnada ou não) não tem nenhum impacto no cerne da questão. “São os criadouros – água parada exposta – os responsáveis pela manutenção de vetores alados no ambiente. Para cada mosquito adulto é possível haver entre 400 a 1.500 Aedes na fase aquática (ovos, larvas e pupas)”, enfatiza Marcello.

id="attachment_253092" class="wp-caption alignleft" style="text-align: justify;">18.05.2015Estado apoiando município em manejo ambietal recolhimento de pneus

Estado apoiando ações do município em manejo ambiental no recolhimento de pneus. Foto: SES GO.

O controle
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a população precisa entender que não há segredo para controlar a dengue. É só incorporar em sua rotina semanal o hábito de tirar 10 minutos para inspecionar sua residência, observando tudo, desde uma disposição incorreta do lixo doméstico; objetos expostos à chuva, tampa da caixa d’água, cobertura da cisterna, dentre outros.

“O importante, diz Marcello Rosa, é não deixar frestas e observar se a calha e a laje estão livres de folhas que possam acumular água, se o bebedouros dos animais estão limpos, se os aparadores dos vasos de plantas estão completos de areia e não acumular água em baldes ou tambores que não tenham tampas adequadas. Não pode haver água parada”, finaliza o coordenador de vetores.

- Goiás Agora